Blog dedicado a fatos científicos surpreendentes

sábado, 31 de janeiro de 2009

A guerra dos espermatózoides


Nas espécies, nem todos os espermatozóides estão "programados" para fecundar a célula reprodutora feminina.

Para percorrer sua trajetória, o espermatozóide necessita nadar 11 centímetros por hora (equivalente a um homema atravessar uma piscina de 50 metros em 5 segundos). Geralmente 200 a 500 milhões de espermatozóides são depositados na parte posterior da vagina, e apenas 300 a 500 conseguem alcançar o local da da fecundação.

Obstáculos
Existem algumas barreiras biológicas que tentam impedir a chegada o espermatozóide à célula reprodutora feminina. A primeira delas é o baixo pH vaginal, que acaba por acarretar a morte de diversos espermatozóides; outro obstáculo se encontra no cérvix da mulher, que liberam um muco que impede a passagem de vários espermatozóides.

A batalha

Ao invadir o muco, os espermatozóides são atacados por legiões de glóbulos brancos hostis, três vezes mais numerosos do que eles. Na ânsia de escapar dos atacantes e abrir caminho entre os canais, os espermatozóides fazem desabar algumas das hastes de muco, obstruindo passagens e dificultando a penetração dos que vêm atrás na corrida. Existem três grandes grupos de espermatozóides em cada ejaculação:

1) Pelotão de elite:
Seleto grupo de nadadores imbatíveis na velocidade. Armazenam a energia necessária para o percurso em corpúsculos situados na cabeça comprida e têm cauda longa e ágil. São poucos: cerca de 1% dos milhões ejaculados;

2) Bloqueadores:
Têm cabeça grande e cauda pequena. Nadam devagar; não são páreo para o pelotão que dispara na frente. Nem vão atrás do óvulo; são "camicases": ao penetrar os canais do muco uterino, agarram-se às paredes para obstruir a passagem dos que vêm atrás, sejam eles do mesmo macho ou de outro qualquer. A função bloqueadora ocupa cerca de 50% dos espermatozóides;

3) Matadores:
Sao os espermatozóides "killers", cuja principal função é destruir tudo o que estiver a frente (ex, outros espermatozóides, macrófagos da fêmea, etc.). Carregam enzimas tóxicas na cabeça e possuem antenas capazes de detectar e reconhecer espermatozóides estranhos. Quando os encontram, despejam neles suas enzimas mortais. Como os adversários reagem com as mesmas armas, espermas de indivíduos diferentes se envolvem numa luta de vida ou morte. Bons "matadores camicases" foram tão necessários para a sobrevivência das espécies que constituem praticamente a outra metade da população do esperma.

Quanto mais árduo o percurso a ser percorrido no trato genital feminino, mais eles se especializam em determinada função a ser exercida num ponto específico do trajeto que conduz ao óvulo.

Disfarçada ou não, a estratégia reprodutiva mais empregada pelas fêmeas no decorrer da evolução das espécies tem sido a de promover a competição entre espermas de indivíduos diferentes. "Que vença o mais apto" é o que deseja o corpo feminino. Nós, como todos os animais, somos descendentes de antepassados portadores de espermatozóides guerreiros que venceram incontáveis batalhas.
Os perdedores desapareceram da face da Terra, no melhor estilo de competição e seleção natural.

A recompensa

Noel Gomes

6 comentários:

  1. não entendi nada do que está escrito, tem uma linguagem muito elaborada.

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  2. Meu blog é dedicado a fatos científicos, e eu procuro não utilizar muitos termos técnicos justamente para facilitar o entendimento dos leitores. Se mesmo assim alguns leitores não entendem, o que é raro, eu sinto muito!

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  3. A mulher deseja trazer a competição mas não sabem que impedem a gravidez

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