O elo perdido da raça humana.

Até pouco tempo atrás, ainda não tinha sido descoberta qual espécie era o elo entre o homem e o macaco na história da evolução da raça humana, a qual os cientistas tem procurado por quase 200 anos.

Em 1974, Donald Johanson encontrou no deserto da Etiópia um dos elos perdidos – LUCY, que viveu a 3,2 milhões de anos atrás - o primeiro ancestral hominídeo de posição ereta.
                                                              

Agora, encontraram o fóssil do provável ancestral da linhagem evolucionária que levou ao homem e aos primatas. Uma fêmea que morreu quando tinha de 6 a 10 anos, que eles chamam de "IDA".

IDA - Clique para ampliar

                                                                       
3,2 milhões de anos nos separam de Lucy, mas 47 milhões de anos nos separam de Ida. 

O mais inacreditável é que a equipe de pesquisadores não encontrou Ida num sítio arqueológico, e sim numa feira de paleontologia. Um caçador de fósseis a encontrou no fundo de um lago em Messel Pit, na Alemanha em 1983, e só bem mais tarde decidiu vendê-la.

Depois de duas noites sem dormir de tanta empolgação apenas vendo as fotos de um fóssil tão antigo, de corpo inteiro e com tamanho estado de conservação, o paleontólogo norueguês Jorn Hurum, convenceu a Universidade de Oslo a pagar mais de 1 milhão de dólares por ele, depois convidou alguns cientistas de ponta para pesquisá-lo secretamente durante dois anos antes de expor ao público. Qual universidade no mundo pagaria este preço por uma fraude?

Jorn Hurum

                                                              

Scanners a laser, combinados com a tomografia computadorizada produziram um código digital, resultando em um modelo 3D aprimorado do fóssil.

Ida vem de um momento crucial em nossa evolução, quando os primeiros primatas se dividiram nos grupos - humano e não humano. Ela é a transição de ambos, a parte da nossa evolução que tem estado oculta, e agora torna a história muito mais fácil de contar. “É como um sonho se tornando realidade”, diz Hurum.

E notavelmente exatos 150 anos após Charles Darwin ter proposto que os seres humanos eram parte da vida animal, aqui temos finalmente o elo que nos conecta não só com os macacos, mas também com todo o reino animal.

Um achado significativo para toda a humanidade, um fóssil que deve aparecer nos próximos livros de história. 

Ida foi mostrada no Museu de História Natural em Nova Iorque pelo atual prefeito Michael Bloomberg, e atualmente está em Oslo - capital da Noruega.  

Bloomberg e Hurum

“Ida é a nossa Mona Lisa e vai ser a nossa Mona Lisa nos próximos cem anos”, concluiu Jorn Hurum.

Este link é o vídeo-documentário da Rede BBC com todos os detalhes da história de Ida. – 58 minutos.   http://www.youtube.com/watch?v=-eq_O5GpJQk

Àqueles que não se interessam nem um pouco por esse tema, peço desculpas. Parece que sou meio viciado em adquirir e distribuir conhecimento científico, sem saber ao certo qual o nível de interesse dos meus amigos e leitores. Não sei qual será a implicação deste meu vício no futuro – talvez nenhuma, mas sempre guardo comigo uma frase de Albert Einstein:

“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao tamanho original”.

Noel Gomes